terça-feira, 29 de junho de 2010

Longevidade Esportiva

Recebí meu newsletter do El Depornauta (Argentina), e uma noticia me chamou atenção: Jeannie Longo, prestes a completar 52 anos de idade, venceu novamente o campeonato francês de contra-relógio individual, colocando boa vantagem na segunda colocada. E não estamos falando em prova master, e sim da categoria principal do ciclismo francês. Está certo que o ciclismo feminino não possui tanta competitividade como o masculino, mas a façanha é notavel. Vale lembrar, que aos 49 anos, ela quase beliscou o bronze em Pequin, nas últimas olimpíadas (terminou na quarta colocação).

Seu currículo hiper reduzido:

- 3 Tours de France consecutivos (1987, 1988 e 1989)


- Ouro Olímpico em Barcelona


- 13 campeonatos mundiais


- 15 campeonatos franceses de estrada


- 9 campeonatos franceses de contra-relógio


- muitos outros de pista, recordes, medalhas de prata, etc.


O que leva uma pessoa a ter esta performance até esta idade?

Como se mantém motivada por tanto tempo?

Como é sua saúde, além de sua performance?


Curiosidades que me passam pela cabeça.



Homero

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Os 4 Estilos (???) da Natação

A natação apresenta uma forma interessante de designar os nados, normalmente chamados de “estilos”, com os tradicionais nados borboleta, costas, peito e crawl, e atualmente com a inclusão da “golfinhada submersa ” como sendo uma quinta técnica de nado, pois é parte integrante dos nados borboleta, costas e crawl após as saídas e as viradas, sendo esta “golfinhada submersa ” permitida até a distância de 15 m da borda.
Alunos e atletas de natação (triathlon) questionam seus professores e técnicos em relação aos seus nados, e é quase sempre inevitável a comparação com àqueles atletas mais qualificados ou que estão em destaque no momento.
Para analisarmos as técnicas de nado devemos ter em conta o seguinte:
Não temos 4 (ou 5) estilos na natação competitiva. Temos sim 4 técnicas de nado regidas por regras que limitam o que se pode executar naquele determinado nado, em relação a posição do tronco, ao movimento dos membros, à coordenação entre estes, aos procedimentos da saída e da fase submersa e aos movimentos de aproximação e execução da virada, além do aproveitamento da fase submersa após esta.
Ao consultar alguns dicionários, disponibilizados na internet, temos em relação à estilo:
iDicionário Aulete – estilo: Maneira pessoal de dançarino, cantor, jornalista, esportista etc. destacado apresentar o seu trabalho: o estilo de Tom Jobim.
Houaiss – estilo: Modo pessoal, singular de realizar ou executar algo (falando-se de figuras importantes no âmbito do esporte, do cinema, da dança etc.) Ex.: o estilo de Almodóvar
Michaelis – estilo: Maneira de dizer, escrever, compor, pintar ou de esculpir de cada um.
Com um simples exercício de reflexão chegamos a seguinte definição: estilo (em natação), é a maneira pessoal de cada nadador interpretar as técnicas de nado.
Portanto, temos inúmeras possibilidades de “estilo”, e esta variação na interpretação da técnica é dependente de um enorme número de fatores. Basta lembrar, não existem duas pessoas iguais (mesmo gêmeos homozigotos tem características diferentes herdadas do fenótipo), e o que é bom para um, nem sempre é o melhor para outro.
Para professores e técnicos, é importante conhecer as possíveis variações de “estilo” dos nadadores para uma mesma técnica (nado crawl, por ex.), e ter em conta que existem “estilos” mais adequados ao desenvolvimento da velocidade e “estilos” mais apropriados para as provas mais longas, e portanto “estilos” apropriados para diferentes atletas.
Como exemplo podemos citar no nado crawl a técnica “kayak” (Popov, Sherer, Cielo, de Bruin) que se destacou com os velocistas, e a técnica “catch up” (Thorpe, Hackett, Phelps), mais eficiente em provas longas.
Cada um, com seu “estilo” próprio (respeitando as bases técnicas da hidrodinâmica e da biomecânica), pode obter sucesso, dependendo é claro, de dezenas de outros fatores.


terça-feira, 1 de junho de 2010

Homero Cachel (centro)- Centro Cívico 1987

Até a década de 90, o Circuito do Centro Cívico (com opções de curto e longo), recebia regularmente as competições de ciclismo nos finais de semana, e também durante a noite, de segunda a sexta, era utilizado para treinamento daqueles que trabalhavam durante o dia e não podiam treinar em outro período. Grandes provas foram realizadas neste circuito, e algumas histórias (verdadeiras ou não) daí saíram. Algumas delas postarei oportunamente.

Triathlon das Praias (primeira prova de triathlon no Paraná - 1983)

1º Triathlon no Paraná. Homero Cachel (e) e Marco Cachel (d).
O primeiro triathlon disputado no Paraná levou o nome de Triathlon das Praias, e foi realizado com o percurso de natação cruzando o Canal da Baía de Guaratuba (entre a Praia de Caieiras-Guaratuba e a Prainha de Caiobá), o de ciclismo percorrendo a estrada que liga Matinhos a Pontal do Sul, num percurso de ida e volta até Praia de Leste, aonde se iniciou a corrida até Caiobá.
A prova foi disputada com o transito aberto (apenas controlado), tanto no ciclismo como na corrida, e a natação largou num horário que a correnteza da maré levou os "atletas" para cima do ancoradouro dos ferry-boats.
As distâncias dos percursos não eram como hoje, e o amadorismo foi algo que impressionou. Lembro de ver minha bicicleta chegar em Caiobá jogada numa "tombeira" (é isso mesmo, aqueles caminhões basculantes que transportam terra, caliça, etc), juntamente com dezenas de outras bicicletas. Para minha sorte, eu tinha um quadro de Caloi 10, grupo "ferranholo", com rodas de alumínio Cassola, e pneus tubulares Olímpico Standart (selo verde). Dá vontade de rir só de lembrar.
Como "grande atleta" que fui, lembro de ter sofrido muito na natação (corrente), pedalado sem medo no ciclismo (arrisquei muito no trânsito), e ter me arrastado na corrida (prego de fome, pois queria muito tomar uma Coca e comer doce de amendoim).
Gostei do desafio, fiz outras provas e comecei a criar uma metodologia de treinamento para a modalidade, sem referências, pois estas não existiam.
Admiro muito os verdadeiros triatletas, não apenas os profissionais, mas também àqueles amadores que aceitam o desafio de fazer sempre o melhor, dentro de suas possibilidades, competindo dentro da ética do esportiva.