segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pequena Reflexão - Ciclismo

Amigos

Como a maioria de vocês já sabem, tivemos neste último sábado um acidente envolvendo um triatleta, o qual ficou bastante machucado.
Estavamos a poucos metros do local, eu a Soelen, o Lucas, o Fabio e o Andrews, que foi o primeiro a prestar socorro.
Como foi: parece que houve um pequeno choque entre os ciclistas do grupo, e um deles caiu na pista, causando o acidente, que envolveu um caminhão e um carro, que acabou capotando no acostamento. Fraturas multiplas e expostas, ficou feio.
Não quero que ninguém desista de pedalar na estrada, e também não quero mais ver acidentes.
Pessoal, quando saímos para pedalar, temos que estar sempre na defensiva e ao mesmo tempo cuidarmos uns dos outros.
Não vale o risco que se passa ao adentrar a pista para desviar de veículos parados no acostamento (e são muitos), nem mesmo de acreditar que quando sinalizamos que iremos fazer determinado percurso os motoristas nos respeitarão, ou ainda que, quando estes motoristas não estão dando o sinal de pisca-pisca é porque não entrarão em determinada saída ou quando dão é porque realmente vão entrar. Poucos se importam em sinalizar corretamente suas manobras.
Muitos de nossos colegas também não ajudam muito. Andam na frente do pelotão como se estivessem com os braços engessados, e não sinalizam absolutamente nada do que temos pela frente, e ainda fazem movimentos bruscos como se estivessem sozinhos na estrada.
O líder do pelotão (ou líderes na escalera dupla) tem a responsabilidade de cuidar dos que estão atrás, e os que seguem na escalera devem transmitir aos que se encontram atrás tudo que o líder passa. Os sinais estão aí para isso.
Outra coisa: não estamos correndo o Giro ou o Tour a cada vez que saímos para treinar. Temos atletas mais habilidosos e outros iniciantes no mesmo grupo, alguns muito experientes e outros mal se equilibram nas biciletas (alguns em bicicletas contra-relógio, impróprias para inicantes).
Corri por alguns bons anos, e com orgulho vestí as camisas das equipes Cicles Romeo, Gremio Esportivo Santa Felicidade/Refripar e Sociedade Morgenau, equipe da qual fui atleta e técnico. Caí muito pouco em provas (4 vezes, uma com luxação de ombro, outra com escoriações generalizadas e duas apenas me arrastei em curvas fechadas, com raspões leves) e treinos (5 vezes, sendo 3 delas no mesmo lugar, no acostamento da subida da Serra do Mar, quase chegando na curva da Olaria, uma vez atropelei um pedestre que entrou em meu caminho, e outra vez me baterem na traseira, caindo sobre mim e me derrubando na subida do Guatupê), e em todas as vezes levantei e continuei pedalando. Lembro de uma vez que bati levemente na traseira de um carro que parou a minha frente, mas nem cheguei a cair.
Parei de correr em 1990, com 30 anos, e o motivo foi que quando meu filho nasceu (janeiro de 1990), comecei a ficar com medo de pedalar nas estradas. O barulho dos motores se aproximando por trás de mim me deixavam com medo, principalmente o barulho dos caminhões. E olha que a 21 anos atrás o movimento era muito inferior ao de hoje. Fiquei com a idéia que um dia podia não voltar para casa. Abandonei tudo e optei pelo meu filho.
Voltei a pedalar em 2000, com vários atletas iniciantes que me procuraram após minha primeira olimpíada. Parei novamente em 2003, quando perdi o Clube do Golfinho e comecei a trabalhar no Clube Curitibano. Engordei 17 quilos. Na Be Happy redescobri o prazer de pedalar. Não tenho mais aquele pavor de sair para a estrada, mas tenho medo do que possa acontecer com algum de nossos colegas.
Como disse anteriormente, não estou dizendo que não devemos mais treinar nas estradas, mas devemos estar cientes de que há risco, e este risco aumenta muitas vezes por nossa irresponsabilidade.
Vamos nos cuidar mais, vamos voltar todos juntos para casa, pedalando.

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